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sexta-feira, 21 de maio de 2010

BATALHA DO MONTE DAS TABOCAS - Breve histórico V parte




Dias Cardoso na 2a Batalha dos Guararapes

Na 2ª Batalha dos Guararapes coube-lhe importante missão: Combinar com o ataque de flanco desfechado por VidaI de Negreiros, sobre um regimento inimigo em posição nas alturas da atual Igreja N. S. dos Prazeres, violento ataque de desorganização levado a efeito por troços a seu comando, sobre a retaguarda de dito regimento inimigo, e duas peças de Artilharia em posição no dito monte.

Dentro de uma batalha convencional, Dias Cardoso empregou uma ação de emboscada, tipo de manobra em que era um mestre.

Após a batalha foi concertado um Armistício para a troca de mortos e feridos, e Dias Cardoso foi encarregado de representar os luso-brasileiros neste intercâmbio.

Na ocasião, ao fazer a um capitão holandês, referências depreciativas ao modo de combater inimigo, se estabeleceu entre os dois o seguinte diálogo:

Capitão holandês - raivoso e chorando - "Da próxima vez iremos combater dispersos como vocês o fazem".

Dias Cardoso: - "Melhor para nós, pois para cada soldado vosso combatendo disperso necessitareis de um capitão, enquanto que cada soldado nosso, combatendo de igual forma, representa um capitão".

Em janeiro de 1651 foi enviado à Bahia para expulsar os holandeses de Penedo, no São Francisco. Percebendo o inimigo sua aproximação, recolheu-se à sua base de operação do Recife.

Ao retornar, ele limpou a campanha, e fez seus moradores retornarem aos lares e retomarem as atividades econômicas normais.

Retornou mais duas vezes ao rio São Francisco de ordem de Barreto de Menezes, para adquirir mantimentos para os restauradores no Arraial Novo.

Em 20 de maio de 1652, por ordem ainda de Barreto de Menezes, marchou ao comando de 500 homens do Terço de Barreto, com mais 100 índios e negros, em missão de guerra na Paraíba e Rio Grande do Norte.

Dias Cardoso devia destruir as lavouras e feitorias de pau-brasil que os holandeses possuíam nesses atuais Estados, e se apossar da fonte de abastecimento d'água da fortaleza inimiga no Rio Grande do Norte, e assim negociar a rendição.

A missão de destruição da fortaleza não foi colimada, em razão dos holandeses no Rio Grande do Norte terem recebido aviso de sua expedição.

A despeito disto, retornou carregado de víveres para o Exército Restaurador no Arraial Novo do Bom Jesus, além de 7 holandeses prisioneiros e outras presas de guerra.

Na fase final da guerra, Dias Cardoso se ocupou do comando de operações que culminaram com a queda no Recife, do Forte do Rego e do Reduto Amélia.

Em 4 de fevereiro de 1655, Dias Cardoso foi armado Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo e, a 12, foi encarregado de comandar o Terço de João Fernandes Vieira enquanto este governasse a Paraíba.

Em 12 de maio de 1656 foi nomeado Mestre de Campo, após 32 anos de excepcional carreira militar iniciada como soldado.

Durante alguns meses do ano de 1657, Dias Cardoso, nomeado por Vidal de Negreiros, assumiu o governo interino da Paraíba.

Dias Cardoso faleceu no Recife provavelmente em setembro de 1670, com a idade aproximada de 70 anos, no comando do Terço que fora de Fernandes Vieira, de tão gloriosas tradições nas duas batalhas dos Guararapes.

Esta síntese biográfica se baseia na interpretação dos seguintes trabalhos: Os Restauradores de Pernambuco, de José Antônio Gonsalves de Mello, Do Recôncavo aos Guararapes do Gen Antônio Souza Aguiar e 1ª Batalha dos Guararapes de Jordão Emerenciano.

A José Antônio Gonsalves de Mello coube revelar à posteridade, o valor de Dias Cardoso, através de profunda pesquisa sobre este grande restaurador em sua obra já citada.

A lembrança de seu nome como patrono da Turma de Oficias egressas da , em 27 de novembro de 2003 é oportuna, para que leve ao conhecimento de interessados um personagem histórico digno de figurar, com realce, sem favor nenhum, ao lado de Barreto de Menezes, Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Filipe Camarão, heróis consagrados na épica campanha da Insurreição de Pernambuco.

O currículo militar do Mestre de Campo Antônio Dias Cardoso, por sua bravura, intrepidez e liderança em combate, por sua origem popular galgando os postos à custa de dezenas de ações vitoriosas, e pelo número de anos em campanha, muito se assemelha à carreira do Marechal Manoel Luiz Osório.

A Dias Cardoso, não analisada a projeção de sua obra na formação da nacionalidade e na manutenção da Integridade e Unidades do Brasil, cabe entre outros os seguintes títulos: Precursor do Exército Brasileiro, Arquiteto Militar da Restauração Pernambucana, O Vencedor da batalha do Monte das Tabocas, O Mestre das Emboscadas, O Abastecedor do Exército Restaurador, A Espada da Restauração de Pernambuco, e por fim O Organizador e Primeiro Comandante do Exército Brasileiro que nasceu em Pernambuco.

Contribuir para avivar, na memória do bravo povo brasileiro , a lembrança de um grande herói ligado intimamente a seu passado, constitui-se para nós um agradável dever cívico, e principalmente tratando-se de um dos maiores arquitetos militares da Unidade e Nacionalidade Brasileira.

Dias Cardoso viveu longos anos num cone de sombra pela seguinte razão:

Durante o período da Insurreição Pernambucana foi proposto o seu nome para ser elevado à condição de Mestre de Campo.

No entanto, Portugal, por razões diplomáticas não atendeu o pedido, pois assim procedendo estaria admitindo que tinha desrespeitado o armistício concertado com a Holanda, ao reconhecer que tinha enviado um agente secreto( hoje Força Especial) para organizar militarmente os patriotas pernambucanos.

Contudo, estas razões não prevalecem mais hoje, e Dias Cardoso, decorridos mais de 300 anos, ainda continua perseguido por elas.

Ao finalizar, cumprimentamos os egressos da Turma da AMAN de 27 de novembro de 2003 pelo heróico patrono que escolherem e apelamos que preservem, cultuem e divulguem a sua memória e se mirem no exemplo de soldado que ele foi, além de um grande guerreiro e um dos grandes arquiteto da Unidade e Nacionalidade do Brasil".

Um comentário:

  1. A resposta de Antonio Dias Cardoso ao capitão holandês demonstra que as dificuldades nas batalhas não tiraram seu bom humor, porém, o capitão holandês não deve ter encontrado nenhuma graça na curiosa observação.
    Ótima resposta!

    ResponderExcluir

Obrigada pelas postagens.

Flávio José - A natureza das coisas.

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